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999
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Repositório original: [ryanmcdermott/clean-code-javascript](https://github.com/ryanmcdermott/clean-code-javascript)
# clean-code-javascript
## Índice
1. [Introdução](#introdução)
2. [Variáveis](#variáveis)
3. [Funções](#funções)
4. [Objetos e Estruturas de Dados](#objetos-e-estruturas-de-dados)
5. [Classes](#classes)
6. [SOLID](#solid)
7. [Testes](#testes)
8. [Concorrência](#concorrência)
9. [Tratamento de Erros](#tratamento-de-erros)
10. [Formatação](#formatação)
11. [Comentários](#comentários)
12. [Traduções](#traduções)
## Introdução
![Imagem humorística da estimativa de qualidade do software baseado na contagem de quantos palavrões você gritou enquanto lia o código.](http://www.osnews.com/images/comics/wtfm.jpg)
Princípios da Engenharia de Software, do livro de Robert C. Martin
[*Código Limpo*](https://www.amazon.com.br/C%C3%B3digo-Limpo-Habilidades-Pr%C3%A1ticas-Software/dp/8576082675),
adaptados para JavaScript. Isto não é um guia de estilos. É um guia para se produzir código [legível, reutilizável e refatorável](https://github.com/ryanmcdermott/3rs-of-software-architecture) em JavaScript.
Nem todo princípio demonstrado deve ser seguido rigorosamente, e ainda menos são um consenso universal. Estes princípios são orientações e nada mais, entretanto, foram codificados durante muitos anos de experiência coletiva pelos autores de *Código limpo*.
Nosso ofício de engenharia de software tem pouco mais de 50 anos e ainda estamos aprendendo muito. Quando a arquitetura de software for tão velha quanto a própria arquitetura, talvez então tenhamos regras mais rígidas para seguir. Por enquanto, deixe que estas orientações sirvam como critério para se avaliar a qualidade de código JavaScript que tanto você e o seu time produzirem.
Mais uma coisa: aprender isto não irá lhe transformar imediatamente em um desenvolvedor de software melhor, trabalhar com eles por muitos anos não quer dizer que você não cometerá erros. Toda porção de código começa com um rascunho, como argila molhada sendo moldada em sua forma final. Finalmente, talhamos as imperfeições quando revisamos com nossos colegas. Não se sinta culpado pelos primeiros rascunhos que ainda precisam de melhorias. Ao invés, desconte em seu código.
## **Variáveis**
### Use nomes de variáveis que tenham significado e sejam pronunciáveis
**Ruim:**
```javascript
const yyyymmdstr = moment().format('YYYY/MM/DD');
```
**Bom:**
```javascript
const currentDate = moment().format('YYYY/MM/DD');
```
**[⬆ voltar ao topo](#Índice)**
### Use o mesmo vocabulário para o mesmo tipo de variável
**Ruim:**
```javascript
getUserInfo();
getClientData();
getCustomerRecord();
```
**Bom:**
```javascript
getUser();
```
**[⬆ voltar ao topo](#Índice)**
### Use nomes pesquisáveis
Nós iremos ler mais código que escrever. É importante que o código que escrevemos seja legível e pesquisável. *Não* dando nomes em variáveis que sejam significativos para entender nosso programa, machucamos nossos leitores. Torne seus nomes pesquisáveis. Ferramentas como [buddy.js](https://github.com/danielstjules/buddy.js) e [ESLint](https://github.com/eslint/eslint/blob/660e0918933e6e7fede26bc675a0763a6b357c94/docs/rules/no-magic-numbers.md) podem ajudar a identificar constantes sem nome.
**Ruim:**
```javascript
// Para que diabos serve 86400000?
setTimeout(blastOff, 86400000);
```
**Bom:**
```javascript
// Declare-as como `const` global em letras maiúsculas.
const MILLISECONDS_PER_DAY = 86400000;
setTimeout(blastOff, MILLISECONDS_PER_DAY);
```
**[⬆ voltar ao topo](#Índice)**
### Use variáveis explicativas
**Ruim:**
```javascript
const address = 'One Infinite Loop, Cupertino 95014';
const cityZipCodeRegex = /^[^,\\]+[,\\\s]+(.+?)\s*(\d{5})?$/;
saveCityZipCode(address.match(cityZipCodeRegex)[1], address.match(cityZipCodeRegex)[2]);
```
**Bom:**
```javascript
const address = 'One Infinite Loop, Cupertino 95014';
const cityZipCodeRegex = /^[^,\\]+[,\\\s]+(.+?)\s*(\d{5})?$/;
const [, city, zipCode] = address.match(cityZipCodeRegex) || [];
saveCityZipCode(city, zipCode);
```
**[⬆ voltar ao topo](#Índice)**
### Evite Mapeamento Mental
Explicito é melhor que implícito.
**Ruim:**
```javascript
const locations = ['Austin', 'New York', 'San Francisco'];
locations.forEach((l) => {
doStuff();
doSomeOtherStuff();
// ...
// ...
// ...
// Espera, para que serve o `l` mesmo?
dispatch(l);
});
```
**Bom:**
```javascript
const locations = ['Austin', 'New York', 'San Francisco'];
locations.forEach((location) => {
doStuff();
doSomeOtherStuff();
// ...
// ...
// ...
dispatch(location);
});
```
**[⬆ voltar ao topo](#Índice)**
### Não adicione contextos desnecessários
Se o nome de sua classe/objeto já lhe diz alguma coisa, não as repita nos nomes de suas variáveis.
**Ruim:**
```javascript
const Car = {
carMake: 'Honda',
carModel: 'Accord',
carColor: 'Blue'
};
function paintCar(car, color) {
car.carColor = color;
}
```
**Bom:**
```javascript
const Car = {
make: 'Honda',
model: 'Accord',
color: 'Blue'
};
function paintCar(car, color) {
car.color = color;
}
```
**[⬆ voltar ao topo](#Índice)**
### Use argumentos padrões ao invés de curto circuitar ou usar condicionais
Argumentos padrões são geralmente mais limpos do que curto circuitos. Esteja ciente que se você usá-los, sua função apenas irá fornecer valores padrões para argumentos `undefined`. Outros valores "falsos" como `''`, `""`, `false`, `null`, `0`, e `NaN`, não serão substituídos por valores padrões.
**Ruim:**
```javascript
function createMicrobrewery(name) {
const breweryName = name || 'Hipster Brew Co.';
// ...
}
```
**Bom:**
```javascript
function createMicrobrewery(breweryName = 'Hipster Brew Co.') {
// ...
}
```
**[⬆ voltar ao topo](#Índice)**
## **Funções**
### Argumentos de funções (idealmente 2 ou menos)
Limitar a quantidade de parâmetros de uma função é incrivelmente importante porque torna mais fácil testá-la. Ter mais que três leva a uma explosão combinatória onde você tem que testar muitos casos diferentes com cada argumento separadamente.
Um ou dois argumentos é o caso ideal, e três devem ser evitados se possível. Qualquer coisa a mais que isso deve ser consolidada. Geralmente, se você tem mais que dois argumentos então sua função está tentando fazer muitas coisas. Nos casos em que não está, na maioria das vezes um objeto é suficiente como argumento.
Já que JavaScript lhe permite criar objetos instantaneamente, sem ter que escrever muita coisa, você pode usar um objeto se você se pegar precisando usar muitos argumentos.
Para tornar mais óbvio quais as propriedades que as funções esperam, você pode usar a sintaxe de desestruturação (destructuring) do ES2015/ES6. Ela possui algumas vantagens:
1. Quando alguém olha para a assinatura de uma função, fica imediatamente claro quais propriedades são usadas.
2. Desestruturação também clona os valores primitivos específicos do objeto passado como argumento para a função. Isso pode ajudar a evitar efeitos colaterais. Nota: objetos e vetores que são desestruturados a partir do objeto passado por argumento NÃO são clonados.
3. Linters podem te alertar sobre propriedades não utilizadas, o que seria impossível sem usar desestruturação.
**Ruim:**
```javascript
function createMenu(title, body, buttonText, cancellable) {
// ...
}
```
**Bom:**
```javascript
function createMenu({ title, body, buttonText, cancellable }) {
// ...
}
createMenu({
title: 'Foo',
body: 'Bar',
buttonText: 'Baz',
cancellable: true
});
```
**[⬆ voltar ao topo](#Índice)**
### Funções devem fazer uma coisa
Essa é de longe a regra mais importante em engenharia de software. Quando funções fazem mais que uma coisa, elas se tornam difíceis de serem compostas, testadas e raciocinadas. Quando você pode isolar uma função para realizar apenas uma ação, elas podem ser refatoradas facilmente e seu código ficará muito mais limpo. Se você não levar mais nada desse guia além disso, você já estará na frente de muitos desenvolvedores.
**Ruim:**
```javascript
function emailClients(clients) {
clients.forEach((client) => {
const clientRecord = database.lookup(client);
if (clientRecord.isActive()) {
email(client);
}
});
}
```
**Bom:**
```javascript
function emailActiveClients(clients) {
clients
.filter(isActiveClient)
.forEach(email);
}
function isActiveClient(client) {
const clientRecord = database.lookup(client);
return clientRecord.isActive();
}
```
**[⬆ voltar ao topo](#Índice)**
### Nomes de funções devem dizer o que elas fazem
**Ruim:**
```javascript
function addToDate(date, month) {
// ...
}
const date = new Date();
// É difícil dizer pelo nome da função o que é adicionado
addToDate(date, 1);
```
**Bom:**
```javascript
function addMonthToDate(month, date) {
// ...
}
const date = new Date();
addMonthToDate(1, date);
```
**[⬆ voltar ao topo](#Índice)**
### Funções devem ter apenas um nível de abstração
Quando você tem mais de um nível de abstração sua função provavelmente esta fazendo coisas demais. Dividir suas funções leva a reutilização e testes mais fáceis.
**Ruim:**
```javascript
function parseBetterJSAlternative(code) {
const REGEXES = [
// ...
];
const statements = code.split(' ');
const tokens = [];
REGEXES.forEach((REGEX) => {
statements.forEach((statement) => {
// ...
});
});
const ast = [];
tokens.forEach((token) => {
// lex...
});
ast.forEach((node) => {
// parse...
});
}
```
**Bom:**
```javascript
function tokenize(code) {
const REGEXES = [
// ...
];
const statements = code.split(' ');
const tokens = [];
REGEXES.forEach((REGEX) => {
statements.forEach((statement) => {
tokens.push( /* ... */ );
});
});
return tokens;
}
function lexer(tokens) {
const ast = [];
tokens.forEach((token) => {
ast.push( /* ... */ );
});
return ast;
}
function parseBetterJSAlternative(code) {
const tokens = tokenize(code);
const ast = lexer(tokens);
ast.forEach((node) => {
// parse...
});
}
```
**[⬆ voltar ao topo](#Índice)**
### Remova código duplicado
Faça absolutamente seu melhor para evitar código duplicado. Código duplicado quer dizer que existe mais de um lugar onde você deverá alterar algo se precisar mudar alguma lógica.
Imagine que você é dono de um restaurante e você toma conta do seu estoque: todos os seus tomates, cebolas, alhos, temperos, etc. Se você tem múltiplas listas onde guarda estas informações, então você terá que atualizar todas elas quando servir um prato que tenha tomates. Se você tivesse apenas uma lista, teria apenas um lugar para atualizar!
Frequentemente, você possui código duplicado porque você tem duas ou mais
coisas levemente diferentes, que possuem muito em comum, mas suas diferenças lhe forçam a ter mais duas ou três funções que fazem muito das mesmas coisas. Remover código duplicado significa criar uma abstração que seja capaz de lidar com este conjunto de coisas diferentes com apenas uma função/módulo/classe.
Conseguir a abstração correta é crítico, por isso que você deveria seguir os princípios SOLID descritos na seção *Classes*. Abstrações ruins podem ser piores do que código duplicado, então tome cuidado! Dito isto, se você puder fazer uma boa abstração, faça-a! Não repita a si mesmo, caso contrário você se pegará atualizando muitos lugares toda vez que precisar mudar qualquer coisinha.
**Ruim:**
```javascript
function showDeveloperList(developers) {
developers.forEach((developer) => {
const expectedSalary = developer.calculateExpectedSalary();
const experience = developer.getExperience();
const githubLink = developer.getGithubLink();
const data = {
expectedSalary,
experience,
githubLink
};
render(data);
});
}
function showManagerList(managers) {
managers.forEach((manager) => {
const expectedSalary = manager.calculateExpectedSalary();
const experience = manager.getExperience();
const portfolio = manager.getMBAProjects();
const data = {
expectedSalary,
experience,
portfolio
};
render(data);
});
}
```
**Bom:**
```javascript
function showEmployeeList(employees) {
employees.forEach((employee) => {
const expectedSalary = employee.calculateExpectedSalary();
const experience = employee.getExperience();
const data = {
expectedSalary,
experience
};
switch(employee.type){
case 'manager':
data.portfolio = employee.getMBAProjects();
break;
case 'developer':
data.githubLink = employee.getGithubLink();
break;
}
render(data);
});
}
```
**[⬆ voltar ao topo](#Índice)**
### Defina (set) objetos padrões com Object.assign
**Ruim:**
```javascript
const menuConfig = {
title: null,
body: 'Bar',
buttonText: null,
cancellable: true
};
function createMenu(config) {
config.title = config.title || 'Foo';
config.body = config.body || 'Bar';
config.buttonText = config.buttonText || 'Baz';
config.cancellable = config.cancellable !== undefined ? config.cancellable : true;
}
createMenu(menuConfig);
```
**Bom:**
```javascript
const menuConfig = {
title: 'Order',
// Usuário não incluiu a chave 'body'
buttonText: 'Send',
cancellable: true
};
function createMenu(config) {
config = Object.assign({
title: 'Foo',
body: 'Bar',
buttonText: 'Baz',
cancellable: true
}, config);
// configuração agora é: {title: "Order", body: "Bar", buttonText: "Send", cancellable: true}
// ...
}
createMenu(menuConfig);
```
**[⬆ voltar ao topo](#Índice)**
### Não use flags como parâmetros de funções
Flags falam para o seu usuário que sua função faz mais de uma coisa. Funções devem fazer apenas uma coisa. Divida suas funções se elas estão seguindo caminhos de código diferentes baseadas em um valor booleano.
**Ruim:**
```javascript
function createFile(name, temp) {
if (temp) {
fs.create(`./temp/${name}`);
} else {
fs.create(name);
}
}
```
**Bom:**
```javascript
function createFile(name) {
fs.create(name);
}
function createTempFile(name) {
createFile(`./temp/${name}`);
}
```
**[⬆ voltar ao topo](#Índice)**
### Evite Efeitos Colaterais (parte 1)
Uma função produz um efeito colateral se ela faz alguma coisa que não seja receber um valor de entrada e retornar outro(s) valor(es). Um efeito colateral pode ser escrever em um arquivo, modificar uma variável global, ou acidentalmente transferir todo seu dinheiro para um estranho.
Agora, você precisa de efeitos colaterais ocasionalmente no seu programa. Como no exemplo anterior, você pode precisar escrever em um arquivo. O que você quer fazer é centralizar aonde está fazendo isto. Não tenha diversas funções e classes que escrevam para um arquivo em particular. Tenha um serviço que faça isso. Um e apenas um.
O ponto principal é evitar armadilhas como compartilhar o estado entre objetos sem nenhuma estrutura, usando tipos de dados mutáveis que podem ser escritos por qualquer coisa, e não centralizando onde seu efeito colateral acontece. Se você conseguir fazer isto, você será muito mais feliz que a grande maioria dos outros programadores.
**Ruim:**
```javascript
// Variável global referenciada pela função seguinte
// Se tivéssemos outra função que usa esse nome, então seria um vetor (array) e poderia quebrar seu código
let name = 'Ryan McDermott';
function splitIntoFirstAndLastName() {
name = name.split(' ');
}
splitIntoFirstAndLastName();
console.log(name); // ['Ryan', 'McDermott'];
```
**Bom:**
```javascript
function splitIntoFirstAndLastName(name) {
return name.split(' ');
}
const name = 'Ryan McDermott';
const newName = splitIntoFirstAndLastName(name);
console.log(name); // 'Ryan McDermott';
console.log(newName); // ['Ryan', 'McDermott'];
```
**[⬆ voltar ao topo](#Índice)**
### Evite Efeitos Colaterais (parte 2)
Em JavaScript, tipos primitivos são passados por valor e objetos/vetores são passados por referência. No caso de objetos e vetores, se sua função faz uma mudança em um vetor de um carrinho de compras, por exemplo, adicionando um item para ser comprado, então qualquer outra função que use o vetor `cart` também será afetada por essa adição. Isso pode ser ótimo, mas também pode ser ruim. Vamos imaginar uma situação ruim:
O usuário clica no botão "Comprar", botão que invoca a função `purchase` que dispara uma série de requisições e manda o vetor `cart` para o servidor. Devido a uma conexão ruim de internet, a função `purchase` precisa fazer novamente a requisição. Agora, imagine que nesse meio tempo o usuário acidentalmente clique no botão `Adicionar ao carrinho` em um produto que ele não queria antes da requisição começar. Se isto acontecer e a requisição for enviada novamente, então a função `purchase` irá enviar acidentalmente o vetor com o novo produto adicionado porque existe uma referência para o vetor `cart` que a função `addItemToCart` modificou adicionando um produto indesejado.
Uma ótima solução seria que a função `addCartToItem` sempre clonasse o vetor `cart`, editasse-o, e então retornasse seu clone. Isso garante que nenhuma outra função que possua uma referência para o carrinho de compras seja afetada por qualquer mudança feita.
Duas ressalvas desta abordagem:
1. Podem haver casos onde você realmente quer mudar o objeto de entrada, mas quando você adota este tipo de programação, você vai descobrir que estes casos são bastante raros. A maioria das coisas podem ser refatoradas para não terem efeitos colaterais.
2. Clonar objetos grandes pode ser bastante caro em termos de desempenho. Com sorte, na prática isso não é um problema, porque existem [ótimas bibliotecas](https://facebook.github.io/immutable-js/) que permitem que este tipo de programação seja rápida e não seja tão intensa no uso de memória quanto seria se você clonasse manualmente objetos e vetores.
**Ruim:**
```javascript
const addItemToCart = (cart, item) => {
cart.push({ item, date: Date.now() });
};
```
**Bom:**
```javascript
const addItemToCart = (cart, item) => {
return [...cart, { item, date: Date.now() }];
};
```
### Não escreva em funções globais
Poluir globais é uma prática ruim em JavaScript porque você pode causar conflito com outra biblioteca e o usuário da sua API não faria a menor ideia até que ele tivesse um exceção sendo levantada em produção. Vamos pensar em um exemplo: e se você quisesse estender o método nativo Array do JavaScript para ter um método `diff` que poderia mostrar a diferença entre dois vetores? Você poderia escrever sua nova função em `Array.prototype`, mas poderia colidir com outra biblioteca que tentou fazer a mesma coisa. E se esta outra biblioteca estava apenas usando `diff` para achar a diferença entre o primeiro e último elemento de um vetor? É por isso que seria muito melhor usar as classes padrões do ES2015/ES6 e apenas estender o `Array` global.
**Ruim:**
```javascript
Array.prototype.diff = function diff(comparisonArray) {
const hash = new Set(comparisonArray);
return this.filter(elem => !hash.has(elem));
};
```
**Bom:**
```javascript
class SuperArray extends Array {
diff(comparisonArray) {
const hash = new Set(comparisonArray);
return this.filter(elem => !hash.has(elem));
}
}
```
**[⬆ voltar ao topo](#Índice)**
### Favoreça programação funcional sobre programação imperativa
JavaScript não é uma linguagem funcional da mesma forma que Haskell é, mas tem um toque de funcional em si. Linguagens funcionais são mais limpas e fáceis de se testar. Favoreça esse tipo de programação quando puder.
**Ruim:**
```javascript
const programmerOutput = [
{
name: 'Uncle Bobby',
linesOfCode: 500
}, {
name: 'Suzie Q',
linesOfCode: 1500
}, {
name: 'Jimmy Gosling',
linesOfCode: 150
}, {
name: 'Gracie Hopper',
linesOfCode: 1000
}
];
let totalOutput = 0;
for (let i = 0; i < programmerOutput.length; i++) {
totalOutput += programmerOutput[i].linesOfCode;
}
```
**Bom:**
```javascript
const programmerOutput = [
{
name: 'Uncle Bobby',
linesOfCode: 500
}, {
name: 'Suzie Q',
linesOfCode: 1500
}, {
name: 'Jimmy Gosling',
linesOfCode: 150
}, {
name: 'Gracie Hopper',
linesOfCode: 1000
}
];
const INITIAL_VALUE = 0;
const totalOutput = programmerOutput
.map((programmer) => programmer.linesOfCode)
.reduce((acc, linesOfCode) => acc + linesOfCode, INITIAL_VALUE);
```
**[⬆ volta ao topo](#Índice)**
### Encapsule condicionais
**Ruim:**
```javascript
if (fsm.state === 'fetching' && isEmpty(listNode)) {
// ...
}
```
**Bom:**
```javascript
function shouldShowSpinner(fsm, listNode) {
return fsm.state === 'fetching' && isEmpty(listNode);
}
if (shouldShowSpinner(fsmInstance, listNodeInstance)) {
// ...
}
```
**[⬆ voltar ao topo](#Índice)**
### Evite negações de condicionais
**Ruim:**
```javascript
function isDOMNodeNotPresent(node) {
// ...
}
if (!isDOMNodeNotPresent(node)) {
// ...
}
```
**Bom:**
```javascript
function isDOMNodePresent(node) {
// ...
}
if (isDOMNodePresent(node)) {
// ...
}
```
**[⬆ voltar ao topo](#Índice)**
### Evite condicionais
Esta parece ser uma tarefa impossível. Da primeira vez que as pessoas escutam isso, a maioria diz, “como eu supostamente faria alguma coisa sem usar `if`? ” A resposta é que você pode usar polimorfismo para realizar a mesma tarefa em diversos casos. A segunda questão é geralmente, “bom, isso é ótimo, mas porque eu deveria fazer isso?” A resposta é um conceito de código limpo aprendido previamente: uma função deve fazer apenas uma coisa. Quando você tem classes e funções que tem declarações `if`, você esta dizendo para seu usuário que sua função faz mais de uma coisa. Relembre-se, apenas uma coisa.
**Ruim:**
```javascript
class Airplane {
// ...
getCruisingAltitude() {
switch (this.type) {
case '777':
return this.getMaxAltitude() - this.getPassengerCount();
case 'Air Force One':
return this.getMaxAltitude();
case 'Cessna':
return this.getMaxAltitude() - this.getFuelExpenditure();
}
}
}
```
**Bom:**
```javascript
class Airplane {
// ...
}
class Boeing777 extends Airplane {
// ...
getCruisingAltitude() {
return this.getMaxAltitude() - this.getPassengerCount();
}
}
class AirForceOne extends Airplane {
// ...
getCruisingAltitude() {
return this.getMaxAltitude();
}
}
class Cessna extends Airplane {
// ...
getCruisingAltitude() {
return this.getMaxAltitude() - this.getFuelExpenditure();
}
}
```
**[⬆ voltar ao topo](#Índice)**
### Evite checagem de tipos (parte 1)
JavaScript não possui tipos, o que significa que suas funções podem receber qualquer tipo de argumento. Algumas vezes esta liberdade pode te morder, e se torna tentador fazer checagem de tipos em suas funções. Existem muitas formas de evitar ter que fazer isso. A primeira coisa a se considerar são APIs consistentes.
**Ruim:**
```javascript
function travelToTexas(vehicle) {
if (vehicle instanceof Bicycle) {
vehicle.pedal(this.currentLocation, new Location('texas'));
} else if (vehicle instanceof Car) {
vehicle.drive(this.currentLocation, new Location('texas'));
}
}
```
**Bom:**
```javascript
function travelToTexas(vehicle) {
vehicle.move(this.currentLocation, new Location('texas'));
}
```
**[⬆ voltar ao topo](#Índice)**
### Evite checagem de tipos (parte 2)
Se você estiver trabalhando com valores primitivos básicos como strings e inteiros, e você não pode usar polimorfismo, mas ainda sente a necessidade de checar o tipo, você deveria considerar usar TypeScript. É uma excelente alternativa para o JavaScript normal, já que fornece uma tipagem estática sobre a sintaxe padrão do JavaScript. O problema com checagem manual em JavaScript é que para se fazer bem feito requer tanta verborragia extra que a falsa “tipagem-segura” que você consegue não compensa pela perca de legibilidade. Mantenha seu JavaScript limpo, escreve bons testes, e tenha boas revisões de código. Ou, de outra forma, faça tudo isso, mas com TypeScript (que, como eu falei, é uma ótima alternativa!).
**Ruim:**
```javascript
function combine(val1, val2) {
if (typeof val1 === 'number' && typeof val2 === 'number' ||
typeof val1 === 'string' && typeof val2 === 'string') {
return val1 + val2;
}
throw new Error('Must be of type String or Number');
}
```
**Bom:**
```javascript
function combine(val1, val2) {
return val1 + val2;
}
```
**[⬆ voltar ao topo](#Índice)**
### Não otimize demais
Navegadores modernos fazem muitas otimizações por debaixo dos panos em tempo de execução. Muitas vezes, se você estiver otimizando, está apenas perdendo o seu tempo. [Existem bons recursos](https://github.com/petkaantonov/bluebird/wiki/Optimization-killers) para se verificar onde falta otimização. Foque nesses por enquanto, até que eles sejam consertados caso seja possível.
**Ruim:**
```javascript
// Em navegadores antigos, cada iteração de `list.length` não cacheada seria custosa
// devido a recomputação de `list.length`. Em navegadores modernos, isto é otimizado.
for (let i = 0, len = list.length; i < len; i++) {
// ...
}
```
**Bom:**
```javascript
for (let i = 0; i < list.length; i++) {
// ...
}
```
**[⬆ voltar ao topo](#Índice)**
### Remova código morto
Código morto é tão ruim quanto código duplicado. Não existe nenhum motivo para deixá-lo em seu código. Se ele não estiver sendo chamado, livre-se dele. Ele ainda estará a salvo no seu histórico de versionamento se ainda precisar dele.
**Ruim:**
```javascript
function oldRequestModule(url) {
// ...
}
function newRequestModule(url) {
// ...
}
const req = newRequestModule;
inventoryTracker('apples', req, 'www.inventory-awesome.io');
```
**Bom:**
```javascript
function newRequestModule(url) {
// ...
}
const req = newRequestModule;
inventoryTracker('apples', req, 'www.inventory-awesome.io');
```
**[⬆ voltar ao topo](#Índice)**
## **Objetos e Estruturas de Dados**
### Use getters e setters
Usar getters e setters para acessar dados em objetos é bem melhor que simplesmente procurar por uma propriedade em um objeto. "Por quê?", você deve perguntar. Bem, aqui vai uma lista desorganizada de motivos:
* Quando você quer fazer mais além de pegar (get) a propriedade de um objeto, você não tem que procurar e mudar todos os acessores do seu código;
* Torna mais fácil fazer validação quando estiver dando um `set`;
* Encapsula a representação interna;
* Mais fácil de adicionar logs e tratamento de erros quando dando get and set;
* Você pode usar lazy loading nas propriedades de seu objeto, digamos, por exemplo, pegando ele de um servidor.
**Ruim:**
```javascript
function makeBankAccount() {
// ...
return {
balance: 0,
// ...
};
}
const account = makeBankAccount();
account.balance = 100;
```
**Bom:**
```javascript
function makeBankAccount() {
// este é privado
let balance = 0;
// um "getter", feito público através do objeto retornado abaixo
function getBalance() {
return balance;
}
// um "setter", feito público através do objeto retornado abaixo
function setBalance(amount) {
// ... validate before updating the balance
balance = amount;
}
return {
// ...
getBalance,
setBalance,
};
}
const account = makeBankAccount();
account.setBalance(100);
```
**[⬆ voltar ao topo](#Índice)**
### Faça objetos terem membros privados
Isto pode ser alcançado através de closures (para ES5 e além).
**Ruim:**
```javascript
const Employee = function(name) {
this.name = name;
};
Employee.prototype.getName = function getName() {
return this.name;
};
const employee = new Employee('John Doe');
console.log(`Employee name: ${employee.getName()}`); // Employee name: John Doe
delete employee.name;
console.log(`Employee name: ${employee.getName()}`); // Employee name: undefined
```
**Bom:**
```javascript
function makeEmployee(name) {
return {
getName() {
return name;
},
};
}
const employee = makeEmployee('John Doe');
console.log(`Employee name: ${employee.getName()}`); // Employee name: John Doe
delete employee.name;
console.log(`Employee name: ${employee.getName()}`); // Employee name: John Doe
```
**[⬆ voltar ao topo](#Índice)**
## **Classes**
### Prefira classes do ES2015/ES6 ao invés de funções simples do ES5
É muito difícil conseguir que herança de classe, construtores, e definições de métodos sejam legíveis para classes de ES5 clássicas. Se você precisa de herança (e esteja ciente que você talvez não precise), então prefira classes ES2015/ES6. Entretanto, prefira funções pequenas ao invés de classes até que você precise de objetos maiores e mais complexos.
**Ruim:**
```javascript
const Animal = function(age) {
if (!(this instanceof Animal)) {
throw new Error('Instantiate Animal with `new`');
}
this.age = age;
};
Animal.prototype.move = function move() {};
const Mammal = function(age, furColor) {
if (!(this instanceof Mammal)) {
throw new Error('Instantiate Mammal with `new`');
}
Animal.call(this, age);
this.furColor = furColor;
};
Mammal.prototype = Object.create(Animal.prototype);
Mammal.prototype.constructor = Mammal;
Mammal.prototype.liveBirth = function liveBirth() {};
const Human = function(age, furColor, languageSpoken) {
if (!(this instanceof Human)) {
throw new Error('Instantiate Human with `new`');
}
Mammal.call(this, age, furColor);
this.languageSpoken = languageSpoken;
};
Human.prototype = Object.create(Mammal.prototype);
Human.prototype.constructor = Human;
Human.prototype.speak = function speak() {};
```
**Bom:**
```javascript
class Animal {
constructor(age) {
this.age = age;
}
move() { /* ... */ }
}
class Mammal extends Animal {
constructor(age, furColor) {
super(age);
this.furColor = furColor;
}
liveBirth() { /* ... */ }
}
class Human extends Mammal {
constructor(age, furColor, languageSpoken) {
super(age, furColor);
this.languageSpoken = languageSpoken;
}
speak() { /* ... */ }
}
```
**[⬆ voltar ao topo](#Índice)**
### Use encadeamento de métodos
Este padrão é muito útil em JavaScript e você o verá em muitas bibliotecas como jQuery e Lodash. Ele permite que seu código seja expressivo e menos verboso. Por esse motivo, eu digo, use encadeamento de métodos e dê uma olhada em como o seu código ficará mais limpo. Em suas funções de classes, apenas retorne `this` no final de cada função, e você poderá encadear mais métodos de classe nele.
**Ruim:**
```javascript
class Car {
constructor(make, model, color) {
this.make = make;
this.model = model;
this.color = color;
}
setMake(make) {
this.make = make;
}
setModel(model) {
this.model = model;